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MUSEUS EM CASTRO DAIRE - Dia Internacional dos Museus

A maior parte dos museus existentes no concelho de Castro Daire são vocacionados para a temática da etnografia, tendo como objetivos divulgar e conservar a genuinidade da vida rural local e das suas gentes. Através dos seus espólios, podemos conhecer o património material e imaterial da região. Por norma, detêm acervos de ferramentas e utensílios agrícolas, domésticos e artesanais, relacionados com os costumes, as tradições, as artes e ofícios que se praticavam antigamente.


MUSEU MUNICIPAL DE CASTRO DAIRE

O Museu Municipal de Castro Daire é tutelado pela Câmara Municipal de Castro Daire e foi inaugurado em 1980. Localiza-se no centro da vila de Castro Daire, num espaço da Casa da Cerca, um edifício brasonado do século XVIII, com uma capela adjacente, denominada Capela das Carrancas. Este espaço museológico apresenta uma exposição permanente, dividida por vários núcleos: o primeiro é uma exibição de história e arqueologia, com referências ao património das freguesias que compõem o concelho. Os restantes núcleos estão relacionados com agricultura, artes e ofícios- olaria, cestaria, tamancaria, latoaria, campainhas e chocalhos, ciclo da lã e do linho e vestuário. A exposição resulta, na sua maioria, de doações e empréstimos e exerce o importante papel de divulgar a tradição e manter viva a atividade dos artesãos da região. As peças expostas são originais, embora existam algumas réplicas, como a Inscrição Romana do Penedo de Lamas e o Pisão. Ocasionalmente, são dinamizadas exposições temporárias que apresentam obras culturais e artísticas locais.

A maior parte dos museus existentes no concelho de Castro Daire são vocacionados para a temática da etnografia, tendo como objetivos divulgar e conservar a genuinidade da vida rural local e das suas gentes. Através dos seus espólios, podemos conhecer o património material e imaterial da região. Por norma, detêm acervos de ferramentas e utensílios agrícolas, domésticos e artesanais, relacionados com os costumes, as tradições, as artes e ofícios que se praticavam antigamente.



MUSEU NA RELVA

O Museu na Relva foi fundado e é tutelado pelo seu proprietário, Sr. Ilídio Magueija, antigo funcionário da Aviação Civil. Hoje, divide o seu tempo de aposentação entre a Relva e Lisboa e dedica-se ao Museu e ao Associativismo, pois integra o Concelho Científico da Federação Portuguesa de Jogos Tradicionais, é o tesoureiro da Casa do Concelho de Castro Daire, em Lisboa, entre outras funções em diferentes associações. O Museu na Relva foi inaugurado em 15 de agosto de 2015 e localiza-se nessa localidade, que pertence à freguesia das Monteiras. O espólio que se encontra neste espaço não se pode dissociar da história de vida do proprietário, pois são exibidas peças variadas, desde os seus tempos de escola até à sua vida militar, na Marinha Portuguesa e na missão ultramarina. No entanto, a etnografia da região é o acervo geral que se pode explorar neste espaço museológico, com uma coleção de centenas de peças tradicionais que foram doadas ou adquiridas pelo proprietário. Organizado por secções temáticas, iniciamos a visita com uma exibição de utensílios e haveres de uso doméstico relacionados com a cozinha tradicional, a criação de animais e a produção artesanal de produtos derivados do leite. Segue-se a secção dos ofícios, onde podemos observar várias ferramentas que representam as funções de pedreiro, carpinteiro, ferreiro e colmador. Posteriormente, há uma fração de alfaias agrícolas e outra de vestuário e trajes tradicionais, onde não falta o chambre, a capucha e a saia de burel, as crochas ou capote de palha, seguindo-se outras zonas temáticas que se podem explorar no piso.



MUSEU DE ALMOFALA

Este museu localiza-se num espaço da Junta de freguesia de Almofala, em pleno centro histórico da aldeia, mesmo ao lado da igreja. É tutelado pela Junta de Freguesia e faz parte de um projeto cultural alargado, que prevê revitalizar vários pontos e recintos de interesse patrimonial da freguesia e visa dinamizar a atividade cultural da população. Foi inaugurado em setembro de 2005 e exibe peças etnográficas que representam os vários ofícios relacionados com a vida rural que se praticava nas aldeias antigamente. Encontramos ferramentas de lavoura, de serração artesanal, utensílios de pesca, de pedreiros, carpinteiros, apicultores e mineiros, já que, no início do século XX, a exploração de volfrâmio foi bastante significativa na região. A pastorícia, uma atividade bastante relevante na freguesia, está representada através da exibição dos ciclos da lã e do linho.



EXPOSIÇÃO ETNOGRÁFICA DO MEZIO

A Cooperativa de Artesãos do Montemuro, fundada em 1981, localiza-se na aldeia do Mezio e é tutelada pela Associação Etnográfica e Social do Montemuro. Em 1979 foi iniciada uma recolha do “saber fazer” da região e em 2001 inaugurou-se esta Exposição, feita a partir das recolhas e de doações. É composta, na globalidade, por peças originais. Apresenta coleções da etnografia local do século XIX: trajes, ciclo do linho, ciclo da lã, agricultura- com alfaias agrícolas e representação do cultivo e conservação do cereal, habitação- quarto e cozinha, ervanária, processo do azeite, cestaria e loiças. A Exposição visa preservar os costumes e tradições da Serra do Montemuro.



CASA MUSEU MARIA DA FONTINHA

A Casa Museu Maria da Fontinha localiza-se na localidade de Gafanhão (Além do Rio), União de Freguesias de Reriz e Gafanhão, concelho de Castro Daire. Este espaço museológico foi fundado e é tutelado pelo Dr. Arménio Vasconcelos, que é natural de Além do Rio. É licenciado em Direito e é Engenheiro Técnico Agrário. É mestre e doutorado em Museologia. Escreveu e prefaciou várias obras, entre elas, “Notas sobre a vida e obra do Padre António Vieira”, 2002, “Além do Rio”, 2004, “Museu do Território do Vale da Paiva e Serras que a beijam”, 2008. Ao longo da sua vida, tem sido congratulado com um vasto leque de diplomas, louvores, condecorações e medalhas de mérito, no campo das Artes e Letras, nomeadamente no Brasil. A Casa Museu Maria da Fontinha foi inaugurada no dia 5 de agosto de 1984 pelo então Sr. Presidente da República, General Ramalho Eanes, com a presença do então Sr. Ministro da Cultura, Dr. António Coimbra Martins, na presença de milhares de pessoas, entre elas, artistas plásticos e escritores, bem como várias individualidades civis e religiosas. Este museu pode ser considerado um museu de Arte e Colecionismo. No espaço de exposição permanente, há uma coleção com mais de 4500 objetos de pintura, escultura, etnografia, alfaias agrícolas, faianças e cerâmicas portuguesas, porcelanas da Companhia das Índias. Contém também uma coleção de mineralogia e geologia, uma coleção de moedas romanas e uma coleção de vários automóveis clássicos e antigos do século XX. A Capela do Museu apresenta pinturas a fresco. No acervo de artes plásticas, há, em reserva ou em exposição, obras de distintos artistas portugueses, brasileiros, espanhóis, franceses, italianos, alemães, argentinos,  malawianos, tais como: Anunciação, Alves Cardoso, Arpad Szenes, Soares dos Reis, Teixeira Lopes, José Malhoa, Carlos Reis, Columbano, Bual, Cannone, Botelho, Medina, Domingos Sequeira, Eduardo Viana, Dalí, Lozano, Ney Tecídio, Di Cavalcanti, Glauco Chaves, Bordini, Mandarino, Alvarez, Falcão Trigoso, Varela Aldemira, Cargaleiro, Alzira Rocha. A Casa Museu tem recebido várias condecorações e galardões de dezenas de entidades brasileiras e portuguesas ligadas à Cultura.

Fontes:

Antunes, Ana Rita, Dissertação Mestrado em Museologia e Museografia, Lisboa, Novembro 2011

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