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CASTRO DAIRE, UMA SINFONIA COM HISTÓRIA - BANDA DE MÚSICA DOS BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DE CASTRO DAIRE

Atualizado: 13 de jul. de 2020

A Banda de Música dos Bombeiros Voluntários de Castro Daire, primeiramente designada por Philarmónica Castrense, foi fundada em 1834 e teve como seu primeiro regente o Pe. Domingos Coelho Mourão, natural de Lalim, mas residente nesta vila, como capelão do Barão de Castro Daire. Ao Pe. Mourão sucedeu o Pe. João Ribeiro de Almeida Pimenta, natural de Folgosa, Castro Daire e António Teixeira Cardoso.

A secção cultural da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Castro Daire, como referido nos primeiros estatutos da Associação de 1890, dão conta que no início da sua constituição a Banda dos Bombeiros tinha a formação de orquestra, composta por oito a dez músicos, que mais tarde viria a juntar os dois agrupamentos- a Philarmónica Castrense e a pequena Orquestra- constituídos principalmente pelos mesmos elementos, hoje Banda de Música dos Bombeiros Voluntários de Castro Daire.

A formação da banda, composta aproximadamente por vinte músicos, aparece documentada aquando da passagem do Rei D. Carlos por terras de Castro Daire, corria o ano de 1907, onde teceu rasgados elogios à Banda Philarmónica Castrense, nesse dia acompanhada pelas bandas de música do Regimento de Infantaria Nº9 e pelas Banda de Música do Mezio, a Banda de Mouramorta e a Banda de Reiriz.

Fruto da grande depressão económica, a crise de 1929, a mais longa da história da Europa, a Banda dos Bombeiros viu a sua atividade interrompida, devido a muitos dos seus executantes serem obrigados a emigrar, sobretudo para o Brasil- conta a História que os seus Regentes dessa época, Capitão João Carlos Pinto Ribeiro, este último marcado pelo sucesso alcançado com um concerto nos jardins da cordoaria na cidade do Porto, em conjunto com a Banda do Regimento de Infantaria Nº6, atual Banda Militar do destacamento do Porto.

Entre 1940 e 1954, a Philarmónica Castrense teve a sua atividade interrompida. Voltou ao ativo pela coragem e determinação de muitos Castrenses, como José Maria Guerra Cerdeira, José Figueiredo, Júlio Alexandre Pinto, Arão Figueiredo, era seu regente 1º Sargento Bento Dias. No entanto, mais uma vez não ficou indiferente aos problemas da sociedade portuguesa, como o recrutamento para a Guerra Colonial, os problemas sócio económicos da população portuguesa, da emigração na década de 60- originou uma atividade variável até aos anos 80 com pequenas apresentações e pequenos grupos que acompanhavam as marchas de S. Pedro.

Após um repto, numa ceia de Natal da Associação, foi lançado o desafio para a reativação da banda, que de imediato teve o parecer favorável da Direção e dos Músicos, que viria, em 1982, a acontecer sob a regência de Emídio Lemos. Apresentou-se na sua primeira atuação num concerto que serviu para angariar fundos para a compra do fardamento.

Ao longo dos anos, a Banda dos Bombeiros teve a suas apresentações nos mais diversos locais, importante destacar em 1982 no Encontro de Bandas de Música da Feira de São Mateus, em 1986 na RTP 1, no programa Arco-íris. Em 1999, com a entrada de António Costa para liderar os músicos da banda, cria outras dinâmicas e, assim, no ano 2003 realiza pela primeira vez um Concerto de Natal; em 2004 organiza a primeira edição do Setembro Cultural e em 2005 o I Concerto da Primavera. Gravou o seu primeiro CD em 2014, sob regência de Carlos Silva, “Canto a Castro Daire”, atual hino municipal.

Viveu, como a maior parte das associações, períodos de apogeu e declínio, sobrevivendo a agitações políticas e sociais, chegou aos nossos dias, revigorada, pujante, jovem, teimando em contrariar o envelhecimento e a desertificação do interior do País, onde nos inserimos.

Este desenvolvimento teve o seu principal suporte na aposta na formação. Sem nunca colocar de parte as romarias e festas religiosas, a Banda de Música dos Bombeiros Voluntários de Castro Daire tem apostado na realização de concertos temáticos. Em 2017 e 2018 participou nas cavalhadas de Teivas, percorrendo as ruas da cidade de Viseu, com um conceito diferente de Marching Band Show, aplaudida por milhares de pessoas. Ainda em 2017, sob as orientações de Pedro Serrano, com a mudança na direção artística da Banda, assim com toda a estrutura da Escola de Música, passou a utilizar-se um sistema de ensino inovador e diferenciador, o que num ano letivo permitiu formar a Orquestra de Jovem de Sopros, com 34 elementos, composta unicamente por alunos da Escola de Música. Realizou o seu primeiro concerto Coral Sinfónico, com mais de 120 pessoas envolvidas, um concerto com a participação de vários coros do concelho.

Em 2018, realizou a primeira edição do Arraial Antigo, com a realização de concertos, onde se pretende reviver as tradições das festas populares da Srª da Soledade. Neste mesmo ano, a convite do Município de Castro Daire, associou-se às comemorações do Ano Europeu do Património, em homenagear o Mártir Castrense Pe. Sebastião Vieira, com a estreia mundial da obra original para banda e coro do Maestro Pedro Serrano, onde foi apresentada em estreia absoluta no Teatro Ribeiro Conceição, Lamego, Igreja de Santa Cristina, Viseu e Igreja Matriz de Castro Daire. Em 2018 participou na primeira Gala da AHBVCD, aquando da celebração dos seus 140 anos.

Em 2019, os músicos da Banda passaram a integrar o quadro ativo dos Bombeiros de Castro Daire, na carreira de Bombeiro Especialista e Músico Estagiário. A sua Escola de Música no ano letivo 2019/2020 tem 47 alunos a frequentar as aulas com instrumento.

Desde março de 2017 que a Direção Pedagógica da Escola de Música e Direção Artística da Banda de Música dos Bombeiros Voluntários de Castro Daire está sob as orientações do Maestro Pedro Serrano.



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