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DESFOLHADA. SEGADA. MALHADA.

Atualizado: 6 de ago. de 2020

DESFOLHADA


Desponta o sol feliz nas campinas

Iluminando o respirar da terra

Agitam-se as folhas em embalo silvestre

Numa protecção e leito desperto

A vida concerta o estribo do dia

Tudo emerge da luz natural

O milho doirado seca do banho

Cansado e curvado as canas decepa

Espreita qual delas a espiga bonita

Relembra a oferta à menina catita

Ora feliz ao seu criador

O sucesso alcançado de um grande labor

No carro das vacas os graeiros transporta

Levados à eira em meda perfeita

Em roda se forma a orquestra da aldeia

Todos desfolham na alegre colheita

As vozes ressoam com grandes notícias

Labutam as mãos em estrada gigante

Tudo se canta no concerto da união

É hábito da terra na colheita que encerra.


In Cinzas Vivas, Lurdes Maravilha


Lurdes Maravilha é natural de Colo de Pito, Castro Daire. Diplomada em Educação de Infância, é também licenciada em Administração Escolar, pela Escola Superior de Educação de Viseu e é mestre em Ciências da Educação, pela Universidade Católica. Participou, como autora, em várias coletâneas de poesia e colabora com vários meios de comunicação social.


Recriação da Segada do centeio na aldeia da Relva, Castro Daire


Recriação da Malhada do centeio na aldeia da Relva, Castro Daire

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