DESFOLHADA
Desponta o sol feliz nas campinas
Iluminando o respirar da terra
Agitam-se as folhas em embalo silvestre
Numa protecção e leito desperto
A vida concerta o estribo do dia
Tudo emerge da luz natural
O milho doirado seca do banho
Cansado e curvado as canas decepa
Espreita qual delas a espiga bonita
Relembra a oferta à menina catita
Ora feliz ao seu criador
O sucesso alcançado de um grande labor
No carro das vacas os graeiros transporta
Levados à eira em meda perfeita
Em roda se forma a orquestra da aldeia
Todos desfolham na alegre colheita
As vozes ressoam com grandes notícias
Labutam as mãos em estrada gigante
Tudo se canta no concerto da união
É hábito da terra na colheita que encerra.
In Cinzas Vivas, Lurdes Maravilha
Lurdes Maravilha é natural de Colo de Pito, Castro Daire. Diplomada em Educação de Infância, é também licenciada em Administração Escolar, pela Escola Superior de Educação de Viseu e é mestre em Ciências da Educação, pela Universidade Católica. Participou, como autora, em várias coletâneas de poesia e colabora com vários meios de comunicação social.
Recriação da Segada do centeio na aldeia da Relva, Castro Daire
Recriação da Malhada do centeio na aldeia da Relva, Castro Daire
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