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CONVERSAS À JANELA - Pedro Pinto - TECNOLOGIA

Atualizado: 10 de jun. de 2020



Tecnologia


Hoje conversámos com Pedro Pinto, que nos fala sobre TECNOLOGIA. Pedro Pinto é natural de Castro Daire. Licenciou-se em Engenharia Informática pelo Instituto Politécnico da Guarda (IPG) e obteve o grau de Mestre em Computação Móvel na Instituição. É administrador de sistemas no Centro de Informática do IPG, docente de várias unidades curriculares na área de Tecnologia nessa mesma instituição. É responsável pela Academia CISCO do IPG. É administrador de um site de Tecnologia de referência a nível mundial: Pplware.com. Também é administrador do Grupo de Emergência da Guarda. Fez parte da extinta banda de garagem castrense “Atrofis” e é apaixonado pela Corrida. Pedro, és administrador do site Pplware.com, um site de referência mundial na área da Tecnologia. Como se trabalha em Comunicação na era das fake news? De facto, quando se falava em fake news, o foco era essencialmente no campo da política. Com esta nova ameaça, provocada pelo novo coronavírus, percebeu-se claramente que a desinformação e notícias falsas podem ter um enorme impacto negativo na sociedade.  Trabalhar numa era de fake news levanta vários desafios, até porque é fácil sermos enganados dada a forma como a informação circula e, muita das vezes, pela credibilidade de quem é partilhada. O combate às fake news não é fácil e as exigências passam prioritariamente pela validação da mesma, a partir de várias fontes credíveis. Digamos que é preciso investigar a própria informação mesmo quando esta já é a informação “final”. Como é que as pessoas podem melhorar a sua literacia digital e a seleção de informação? Para o desenvolvimento da literacia digital é necessário que exista uma “educação digital” que se vai adquirindo à medida que vamos tendo contacto com uma “cultura digital”. A seleção da informação é muito importante, pois é essa informação que vamos usar para enriquecer o nosso conhecimento. Nesse sentido, e como já referi, é fundamental a consulta em fontes credíveis e proceder à validação e comparação da mesma com outras fontes (em alguns casos até com canais internacionais de relevância). É frequente vermos na internet informação sensacionalista, cujo objetivo é o “clickbait” para assim angariar seguidores e movimentar as receitas com base em publicidade. Em resumo, antes de “adquirir” qualquer informação que viu pela internet convém validar a mesma. Não partilhem notícias falsas (fake news), não alimentem rumores, não inventem casos. Uma sociedade bem informada é uma sociedade preparada! Para além da literacia digital, a literacia cultural merece imensa atenção. Qual é o teu parecer sobre o estado cultural dos jovens, considerando os seus hábitos e consumos em matéria de media e das novas tecnologias? No geral os jovens têm seguido os hypes da tecnologia! A sua literacia cultural, considerando os hábitos de consumo de media e das novas tecnologias é a que existe no mundo de hoje e depende das escolhas de cada um (com o que cada um se identifica).  Hoje em dia o acesso à informação é ainda mais facilitado, as plataformas colaborativas permitem-nos ser mais produtivos e, na internet podemos facilmente fazer formação e inspirarmo-nos com os melhores.  Não podemos, no entanto, entrar em comparações com outras gerações. Ao contrário dos mais idosos que cresceram no mundo analógico e que têm vindo a adaptar-se ao mundo digital, os jovens de hoje já cresceram num mundo digital que evoluirá para um mundo ainda mais dependente de tecnologia.  É verdade que ainda falta alguma “educação tecnológica” base, especialmente ao nível da segurança e privacidade, mas tal será corrigido nas próximas gerações. Consideras que a evolução tecnológica compromete a afirmação e preservação da identidade cultural e patrimonial das populações? Espero que não, mas é um risco que corremos se nada for feito. Podemos juntar o melhor dos “dois mundos”, usando os meios tecnológicos para preservar a identidade cultural e patrimonial das populações. Há muitos projetos que se podem desenvolver com as mais simples ideias (e são normalmente os que têm mais sucesso). Neste mundo altamente tecnológico parece que já existe tudo, mas, na verdade, há necessidades tão simples, que podem ser extremamente úteis, que se calhar ainda ninguém pensou nelas. A Tecnologia tem um papel importante no desenvolvimento dos territórios. Que conselhos e sugestões gostarias de deixar aos jovens castrenses para aproveitarem e investirem nos recursos da sua terra? Se há momento para sermos empreendedores, esse momento é agora! Sendo eu da área da tecnologia, as sugestões que gostaria de deixar são nesta área e para a nossa terra.  Todos as ideias e projetos, mesmo que pequenos, podem sempre valorizar a nossa terra, pois podem ser inovadores e inspirar outros. A tecnologia pode ajudar na agricultura, no comércio, nos serviços, na gastronomia, etc.  Com recurso à tecnologia podemos, por exemplo, fazer uma “agricultura inteligente”, com recurso a sensores, atuadores e tecnologia móvel que nos permitam tirar o máximo proveito do espaço, das condições climáticas em determinadas zonas e até maximizar e melhorar a produção. A tecnologia tem de facto um impacto muito importante no desenvolvimento dos “novos e inteligentes” territórios.  Face às mudanças ocorridas durante esta fase de Pandemia, como vês o futuro da escola? Penso que tal como outras áreas, a escola vai ter de se readaptar e aproveitar todas as ideias que vão surgir (e serão muitas).   É preciso criar sinergias entre a Escola e o mercado de trabalho e também aproximar os alunos das oportunidades (sendo que muitas delas estão bem próximas e não apenas nos grandes centros).  Valorizar os nossos territórios é agora ainda mais uma missão, especialmente os de baixa densidade populacional, desenvolvendo-lhes uma identidade cultural e criando uma pegada digital. Neste processo podem-se envolver os alunos, incutindo-lhes o espírito empreendedor, para que mais tarde possam apostar na sua terra, valorizando o que há de melhor.   Acho que “a escola” terá tudo para se tornar ainda mais abrangente e, face a esta pandemia, criar ainda mais oportunidades. Pedro, obrigada por nos teres explicado a importância da educação digital e por nos teres elucidado e incentivado para a abertura de caminhos através da tecnologia. O teu exemplo irrepreensível a nível profissional e social mostra-nos o grande impacto que a tecnologia pode ter na sociedade e a grande diferença e contributo que ela pode exercer na vida das pessoas. Tecnologia e Empreendedorismo andam de mãos dadas. Os territórios de baixa densidade populacional, como é o caso de Castro Daire, não têm uma grande quantidade de população, mas têm uma grande quantidade de valor patrimonial, cultural e endógeno, que se traduz em quantidade de oportunidades. Aliando a identidade cultural, a valorização e preservação do património e a sustentabilidade no meio rural à tecnologia e ao empreendedorismo, certamente se encontrarão recursos e soluções que poderão ter um papel decisivo para corrigir as assimetrias regionais e para reverter a diferença e desigualdade que se têm verificado entre o Interior e os grandes centros urbanos, assim como o êxodo rural. É necessário ver o Interior e a Ruralidade com outro olhar, reconhecendo o seu valor e potencialidade. Desenvolver a literacia digital a par da literacia cultural, construindo uma identidade cultural e criando uma pegada digital, pode ser a porta que abrirá o caminho para a transformação social e para o desenvolvimento dos territórios.

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